sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Causas de zonas mortas em zonas de vida marinha.

A zona morta ocorre naturalmente, mas a atividade humana está deixando-a muito pior, permitindo que afluentes fiquem muito cheias de alguns nutrientes ao passo que outras precisam de nutrientes essenciais. O nitrogênio (na água salgada) e o fósforo (na água doce) são os nutrientes que mais contribuem para as florações de algas. A falta de silício na água impede o crescimento de diatomáceas, um tipo de alga que é útil. Então, de onde está vindo a contaminação desse nutriente? O cultivo intensivo é a prática que geralmente está relacionada com as zonas mortas.

O cultivo intensivo, também chamado de agricultura intensiva, utiliza um grande investimento de capital e uma combinação de fertilizantes, pesticidas, fungicidas, maquinário pesado, irrigação e outras técnicas modernas de cultivo para maximizar a produtividade de um lote de terra. A prática é caracterizada por uma produtividade mais alta e exige menos trabalhadores do que a agricultura extensiva.

Os críticos acusam os praticantes do cultivo intensivo de prejudicar o meio ambiente por meio da produção de dejetos e escoamento de fertilizantes, usando pesticidas perigosos, contribuindo para a doença de animais e oferecendo condições desumanas para os gados. Hoje em dia, o cultivo intensivo é bastante predominante e produtivo, embora o uso de fertilizantes, produtos químicos e práticas que não causam danos ambientais possa variar drasticamente, dependendo dos fazendeiros e das regulamentações do governo.


Alguns cientistas citam a febre do etanol como um fator que contribui para a zona morta. O uso de plantações de biocombustível significa que mais milho do que nunca está sendo plantado nos Estados Unidos. O milho exige bastante fertilizante, que é cheio de nitrogênio e se infiltra na água subterrânea, indo parar no Mississípi por meio dos rios locais. Os níveis de nitrogênio no rio Mississípi aumentaram em 35% em maio de 2007 se comparados a 2002, e os níveis de água do rio diminuíram mais de 20% também comparados com 2002, o que causou um grande fluxo de florações de algas [Fonte: The Herald Tribune].

A perda de pantanais diminuiu drasticamente a capacidade dos ecossistemas regionais de removerem o nitrogênio das águas locais. Sete estados da região centro-oeste dos EUA perderam 35 milhões de acres de pantanais durante os últimos 200 anos, ao passo que 50% dos pantanais desapareceram no Tennessee, na Louisiana, no Mississípi e no Arkansas [Fonte: NOAA].

Apesar da expansão gradual da zona morta, os cientistas afirmam que temos a capacidade de reduzi-la. A limitação do uso de fertilizantes ricos em nitrogênio, a implementação da conservação da água e de práticas de reciclagem e a prevenção de vazamentos e escoamentos de esgotos de fábricas que tratam a água devem ajudar a manter os níveis de nitrogênio baixos. Em 1998, o Congresso dos EUA aprovou a Lei de Controle e Pesquisa da Floração de Algas Nocivas e da Hipóxia, que exigia o exame da pesquisa e do trabalho para conter as florações de algas nocivas e a hipóxia. Pesquisadores de universidades e a NOAA (Administração Nacional dos Oceanos e da Atmosfera dos EUA) estão usando técnicas de modelagem para estimar a quantidade de determinados compostos que precisa ser removida para reduzir o tamanho da zona morta.

Ironicamente, a zona morta poderia ser afetada positivamente por uma temporada ativa de furacões. Um fator que contribui muito para as zonas mortas é quando a água se torna estratificada - quando a água morna e doce fica sobre a água mais fria e salgada. Essa estratificação impede a aeração de águas mais profundas, ao passo que as florações de algas se fixam no fundo e se decompõem. Um furacão poderia movimentar as águas do Golfo, dispersando um pouco das algas e parcialmente aumentando os níveis de oxigênio. A NOAA prevê de sete a dez furacões para 2007, com três a cinco deles qualificados como "grandes furacões" [Fonte: NOAA]. Embora essas tempestades possam movimentar a zona morta e possivelmente aumentar a captura de camarões-rosa, elas chegarão em uma época em que as comunidades da Costa do Golfo ainda estão se recuperando da devastação dos furacões Katrina e Rita.

Um comentário:

Márcia Rios Marino disse...

Vale a pena conferir o artigo de
Alexandre Indriunas e Celso Parruco. "HowStuffWorks - Como funcionam os biomas". Publicado em 21 de janeiro de 2008 (atualizado em 20 de outubro de 2008.

http://ciencia.hsw.uol.com.br/biomas3.htm (21 de novembro de 2008)