quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Ambiente Marinho


Um mar de estabilidade

O mar sempre exerceu extraordinário fascínio sobre os homens, do poeta ao cientista, suscitando a curiosidade. O estudo de seus ambientes e da vida que o preenche é uma das maiores aventuras da Ciência e da Tecnologia moderna, além de tornar-se prioritária em vista da crescente degradação ambiental, que ameaça a vida no Planeta. No mar está a futura “fronteira agrícola” que poderá alimentar a bilhões de seres humanos. E é nele que encontraremos as respostas para o mistério da origem e evolução da vida.

A principal chave para a compreensão da vida marinha e de sua ecologia é o conhecimento do ambiente marinho, no que tem de característico e diferente do ambiente terrestre, quanto aos seus fatores físicos e químicos, capazes de determinar e limitar a distribuição dos animais marinhos, de acordo com suas habilidades e capacidade de adaptação.

A comparação entre esses dois ambientes, revela um princípio fundamental: o mar é um ambiente muito mais estável e constante que o terrestre. No interior dos oceanos a mudança de temperatura não é tão rápida e dramática, nem se notam tão claramente as diferenças entre as estações do ano.

Divisões do ambiente marinho

O ambiente marinho, ainda que estável, não é uniforme em toda sua extensão, o que permite que massa de água dos oceanos possa ser dividida em zonas distintas com perfil ambiental e formas de vida exclusivas e características. O zonação ocorre tanto no sentido horizontal como no vertical, como também em função da capacidade de penetração da luz no mar.

Zonação horizontal

Na zonação horizontal, que vai da costa para o mar aberto, a distribuição da fauna e da flora depende essencialmente da temperatura da água e da quantidade de alimento disponível. Quanto mais nos afastamos da costa, uma notável fonte de nutrientes, menos alimento estará disponível para a manutenção da vida já que o meio dos oceanos pode ser descrito como um "deserto biológico".

No plano horizontal distinguem-se claramente duas zonas ou províncias marinhas: a nerítica e a oceânica.

O final da plataforma continental, dando lugar ao íngreme talude, marca o limite entre a província nerítica e oceânica.

A Província Nerítica é a região mais próxima da costa, a zona com maior quantidade e variedade de vida, habitada pela maioria dos peixes que conhecemos, aqueles mais importantes para a pesca comercial e esportiva. Essa faixa do oceano está situada sobre a plataforma continental, entre a linha de maré alta e a profundidade média de 200 metros. Costuma ser subdividida em duas regiões: a Zona Litorânea, entre as linhas de maré alta e baixa, e a Zona Costeira, da linha de maré baixa para fora.

A Província Oceânica compreende a faixa do oceano situada acima da planície abissal, onde a profundidade é superior a 200 metros. Caracteriza-se por ser a região mais afastada da costa, com vida relativamente escassa, em comparação a sua grande extensão. Os peixes que lá vivem são chamados de oceânicos.

Zonação Vertical

A zonação vertical abrange toda a massa de água marinha separando-a por faixas de profundidade desde a superfície até o fundo oceânico relacionadas com as comunidades ecológicas que aí se estabelecem. A zonação vertical é determinada pela intensidade da luz solar que recebe, pela presença de nutrientes, assim como pela pressão e temperatura da água.

A combinação de diversos fatores, entre os quais a pressão e a luminosidade, criam nos mares quatro distintos biomas: litoral, nerítico, batial e abissal. Neles há três tipos de comunidades. O plâncton é composto por pequenos organismos que vivem carregados pelas correntes, ocupando o bioma nerítico. O bentos abrange os seres que vivem fixo ao fundo oceânico, desde o sistema litoral até as fossas abissais. Em todos os quatro biomas podem ser encontrados representantes do nécton, animais capazes de nadar.

Há duas formas de estabelecer uma zonação vertical, o que define dois domínios que se distinguem profundamente quanto ao gênero de vida de seus habitantes, principalmente no que se refere a necessidade de um substrato para se apoiar e viver. Por cada um deles distribui-se uma comunidade biológica marinha que lhe é característica.

O Domínio Bentônico corresponde ao fundo marinho em toda sua extensão, desde onde respinga a água da maré alta até a mais profunda fossa submarina. Nesse domínio oceânico vivem os organismo bentônicos, membros da comunidade do bentos, animais e vegetais que vivem fixos sobre o fundo ou passam a maior parte de suas vidas próximo dele.

A subdivisão do Domínio Bentônico em sete zonas, bem como a definição de seus limites não se prendem muito rigorosamente a certos valores de profundidade. Dependem mais do relevo submarino. Até mesmo a terminologia pode variar conforme a fonte.

Costuma-se dividir o Domínio Bentônico em sete zonas, agrupadas em dois sistemas claramente distintos: o sistema litoral (situado na plataforma continental) e o sistema profundo (que avança além do talude).

O sistema litoral abarca toda a região costeira, desde as praias até o final da plataforma continental. Tomando por critério os limites estabelecidos pelo comportamento das marés e a distribuição de algas.
Referências:

Um comentário:

Anônimo disse...

Uma pequena correção: O plâncton é composto por pequenos organismos que vivem carregados pelas correntes, ocupando NÃO APENAS o bioma nerítico, mas toda a superfície oceânica que disponha de luz solar.