O mar sempre exerceu extraordinário fascínio sobre os homens, do poeta ao cientista, suscitando a curiosidade. O estudo de seus ambientes e da vida que o preenche é uma das maiores aventuras da Ciência e da Tecnologia moderna, além de tornar-se prioritária em vista da crescente degradação ambiental, que ameaça a vida no Planeta. No mar está a futura “fronteira agrícola” que poderá alimentar a bilhões de seres humanos. E é nele que encontraremos as respostas para o mistério da origem e evolução da vida.
A principal chave para a compreensão da vida marinha e de sua ecologia é o conhecimento do ambiente marinho, no que tem de característico e diferente do ambiente terrestre, quanto aos seus fatores físicos e químicos, capazes de determinar e limitar a distribuição dos animais marinhos, de acordo com suas habilidades e capacidade de adaptação.
A comparação entre esses dois ambientes, revela um princípio fundamental: o mar é um ambiente muito mais estável e constante que o terrestre. No interior dos oceanos a mudança de temperatura não é tão rápida e dramática, nem se notam tão claramente as diferenças entre as estações do ano.
Divisões do ambiente marinho
O ambiente marinho, ainda que estável, não é uniforme em toda sua extensão, o que permite que massa de água dos oceanos possa ser dividida em zonas distintas com perfil ambiental e formas de vida exclusivas e características. O zonação ocorre tanto no sentido horizontal como no vertical, como também em função da capacidade de penetração da luz no mar.
Na zonação horizontal, que vai da costa para o mar aberto, a distribuição da fauna e da flora depende essencialmente da temperatura da água e da quantidade de alimento disponível. Quanto mais nos afastamos da costa, uma notável fonte de nutrientes, menos alimento estará disponível para a manutenção da vida já que o meio dos oceanos pode ser descrito como um "deserto biológico".
No plano horizontal distinguem-se claramente duas zonas ou províncias marinhas: a nerítica e a oceânica.
O final da plataforma continental, dando lugar ao íngreme talude, marca o limite entre a província nerítica e oceânica.
A Província Nerítica é a região mais próxima da costa, a zona com maior quantidade e variedade de vida, habitada pela maioria dos peixes que conhecemos, aqueles mais importantes para a pesca comercial e esportiva. Essa faixa do oceano está situada sobre a plataforma continental, entre a linha de maré alta e a profundidade média de 200 metros. Costuma ser subdividida em duas regiões: a Zona Litorânea, entre as linhas de maré alta e baixa, e a Zona Costeira, da linha de maré baixa para fora.
A Província Oceânica compreende a faixa do oceano situada acima da planície abissal, onde a profundidade é superior a 200 metros. Caracteriza-se por ser a região mais afastada da costa, com vida relativamente escassa, em comparação a sua grande extensão. Os peixes que lá vivem são chamados de oceânicos.
Zonação Vertical
A zonação vertical abrange toda a massa de água marinha separando-a por faixas de profundidade desde a superfície até o fundo oceânico relacionadas com as comunidades ecológicas que aí se estabelecem. A zonação vertical é determinada pela intensidade da luz solar que recebe, pela presença de nutrientes, assim como pela pressão e temperatura da água.
A combinação de diversos fatores, entre os quais a pressão e a luminosidade, criam nos mares quatro distintos biomas: litoral, nerítico, batial e abissal. Neles há três tipos de comunidades. O plâncton é composto por pequenos organismos que vivem carregados pelas correntes, ocupando o bioma nerítico. O bentos abrange os seres que vivem fixo ao fundo oceânico, desde o sistema litoral até as fossas abissais. Em todos os quatro biomas podem ser encontrados representantes do nécton, animais capazes de nadar.
A combinação de diversos fatores, entre os quais a pressão e a luminosidade, criam nos mares quatro distintos biomas: litoral, nerítico, batial e abissal. Neles há três tipos de comunidades. O plâncton é composto por pequenos organismos que vivem carregados pelas correntes, ocupando o bioma nerítico. O bentos abrange os seres que vivem fixo ao fundo oceânico, desde o sistema litoral até as fossas abissais. Em todos os quatro biomas podem ser encontrados representantes do nécton, animais capazes de nadar.
Há duas formas de estabelecer uma zonação vertical, o que define dois domínios que se distinguem profundamente quanto ao gênero de vida de seus habitantes, principalmente no que se refere a necessidade de um substrato para se apoiar e viver. Por cada um deles distribui-se uma comunidade biológica marinha que lhe é característica.
O Domínio Bentônico corresponde ao fundo marinho em toda sua extensão, desde onde respinga a água da maré alta até a mais profunda fossa submarina. Nesse domínio oceânico vivem os organismo bentônicos, membros da comunidade do bentos, animais e vegetais que vivem fixos sobre o fundo ou passam a maior parte de suas vidas próximo dele.
A subdivisão do Domínio Bentônico em sete zonas, bem como a definição de seus limites não se prendem muito rigorosamente a certos valores de profundidade. Dependem mais do relevo submarino. Até mesmo a terminologia pode variar conforme a fonte.
Costuma-se dividir o Domínio Bentônico em sete zonas, agrupadas em dois sistemas claramente distintos: o sistema litoral (situado na plataforma continental) e o sistema profundo (que avança além do talude).
O sistema litoral abarca toda a região costeira, desde as praias até o final da plataforma continental. Tomando por critério os limites estabelecidos pelo comportamento das marés e a distribuição de algas.
Referências:
Um comentário:
Uma pequena correção: O plâncton é composto por pequenos organismos que vivem carregados pelas correntes, ocupando NÃO APENAS o bioma nerítico, mas toda a superfície oceânica que disponha de luz solar.
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